Pipocas?

Pipocas são exatamente o título do filminho abaixo: o tempo de um instante expandido. O "olhar" para a ação das crianças tem que ser rápido como o estouro da pipoca, pois é nesse instante que ela estoura e libera o óleo do seu estouro para o professor, só nos resta estar atento e 'guardar esse óleo" na latinha. É um estouro de alegria na sala de aula. Um olhar que em tudo enxerga possibilidades, vitórias, avanços dos seus grandes e pequenos e das suas grandes e pequenas. Um olhar que capta e registra o exato momento da fala, do gesto, da PRESENÇA da criança na sala, mostrando a professora que elas estão lá para compartilhar, ensinar, aprender e que juntos querem caminhar. Esse caminhar junto é uma pipoca!

domingo, 18 de março de 2012

Arruma outro cochip (Só existe em Sedna)

"A Prô de Sedna para conseguir dar aulas precisa de um cochip, onde armazena todas as informações necessárias para isso. Quando entra na sala de aula com o cochip pendurado no pescoço, rapidinho o coloca na “orelha” pra saber as informações.” 

O chip na realidade é um Pen-drive que nem os professores da escola conhecem, imagine os alunos. Essa é a explicação que dou pra eles, quando tenho que justificar como dou aulas se não “entendo” nada das coisas que eles me falam. 

Hoje era dia de Soletrando e Bingo, atividades extras, então no início da aula, o Pirata Da Morte pergunta: 

- Prô do Mar pode colocar seu nome no soletrando? - Ia negar, mas não resisti ao rostinho do pedido. 

- Oba! Alvoroço geral. 

- Prô você já ta virando um “pouquinho de gente”, ta na chamada e agora vai pro Soletrando. Pirata A Bordo. 

- Yes, Yes, Yes! 

Durante a exploração da ilha para achar palavras o Pirata Bi grita: 

- Pro do Céu, achei uma palavra, super, hiper, ultra, mega difícil pra você soletrar. Dando muita risada. 

- Não quero, porque ai não vou saber soletrar e além do mais quem é Prô do Céu? “Chama ela” pra falar comigo. 

- Prô do Céu é seu apelido, porque quando a gente fica assustado com alguma coisa e fala “Meu Deus do Céu”, você pergunta se Deus é da gente e quem deu. Pirata Ana. 

- Isso. Quando era a gente era herói você era Super Sedna, mas agora a “gente é pirata” e você, Prô do Mar, mas quando a gente assusta, você vira Pro do Céu e fica quieta não pergunta nada, fala ai com seu cochip. Pirata Bravinha. 

Começa o Soletrando. E como vou observando cada rostinho, a maneira que cada um fica, tentei ficar bem igual a eles. De repente o Pirata Bi, rindo pergunta: 

- Prô do Mar, você ta torcendo pra ser sorteada? 

- Eu to. Não pode? 

- Não. Quer dizer pode, mas é que meu pai falou que se a gente torce pra uma coisa dar certo, ela não acontece. Não liga pra isso e ai você sai. 

- Ta bom, então não vou ligar. Dando risada internamente, porque na realidade eles ficam até de mãozinhas postas, rezando para sorte. Fiquei falando baixinho. – Não ligo, não ligo. 

- Prô você ta fazendo errado, é pra ficar numa boa, sem ligar, igual à gente, senão você não é sorteada. Pirata Letti. 

- Você ta igual à gente fica no Bingo e você fala pra gente ficar calmo e agora fica nervosa. Pirata Fortão. 

- Ta certo, então vou ficar calma igual a vocês. Fui sorteada na mesma hora e por sorte a palavra era fácil. AUSTRÁLIA. 

Depois de um tempo terminado o bingo, a maioria já tinha terminado a produção e reestruturação e estava no Jardim Japonês ou nos Dados e Biblio. Enquanto eu acompanhava os Piratas: Papa, Guardas e Feliz nas atividades, observava a movimentação deles entre esses espaços que cochichavam e me olhavam rindo. 

A resposta a minha observação veio rápida pelo Pirata Bi: 

- Prô do Mar, quando você for “em” Sedna, arruma outro Cochip! 

- Outro Cochip! Por quê? 

- Pra gente ensinar você ser criança e não se preocupar com o sorteio do Soletrando.